EXAMES E ORIENTAÇÕES

ALANINA AMINOTRANSFERASE TGP


A alanina aminotransferase (ALT) também conhecida como Transaminase glutâmico pirúvica (TGP) é um aminotransferase cuja ação enzimática é catalisar a transformação reversível de ácidos a-keto em aminoácidos pela transferência de grupos aminos. Visto a atividade específica da ALT no fígado ser aproximadamente 10 vezes a do coração e do sistema musculoesquelético, a atividade elevada de ALT no soro é considerada um indicador da doença parenquimal do fígado. A ALT encontra-se no citosol de hepatócitos e níveis aumentados no soro indicam deterioração na integridade da membrana plasmática do hepatócito, além de ser caracterizado por uma maior sensibilidade que o AST no diagnóstico da doença hepatobiliar. As atividades superiores a 50 vezes o limite de referência estão associadas essencialmente à hepatite viral aguda, perturbações agudas de perfusão do fígado e necrose aguda do fígado devido à ingestão de toxinas, incluindo paracetamol e tetracloreto de carbono. Níveis acentuadamente elevados de ALT no soro podem ser detectados numa variedade de doenças do foro hepático, incluindo hepatite, mononucleose e cirrose. Níveis elevados de ALT podem ser detectados na hepatite vírica e outras variantes da doença do fígado antes do desenvolvimento de sintomas clínicos evidentes, nomeadamente icterícia. Níveis 15 vezes superiores ao limite de referência máximo são sempre indicativos de necrose hepatocelular aguda de origem vírica, tóxica ou circulatória. Níveis de ALT aumentados também podem ser detectados em cirrose e colestase extra-hepática. Podem ser também observados aumentos moderados dos níveis de ALT após a ingestão de álcool ou da administração de drogas, entre as quais se incluem a penicilina, salicilatos e opiáceos.


ASPARTATO AMINOTRANSFERASE - TGO


A aspartato aminotransferase (AST) também conhecida como Transaminase glutâmico-oxaloacética (TGO) está presente em uma variedade de tecidos, entre os quais se incluem o fígado, músculo cardíaco, sistema musculoesquelético, cérebro, rins, pulmões, pâncreas, eritrócitos e leucócitos, com as mais elevadas atividades detectadas no fígado e no sistema musculoesquelético. A medição de AST encontra-se indicada no diagnóstico, diferenciação e monitoramento de doença hepatobiliar, infarto do miocárdio e lesão musculoesquelética. Em caso de suspeita de infarto do miocárdio recente, a TGO possui uma sensibilidade de diagnóstico de 96%, com uma sensibilidade de 86% a 12 horas após o aparecimento da dor no peito. Os níveis de TGO podem estar aumentados também na hepatite viral e doença hepática associada a necrose hepática, com o registro frequente de mais 20 a 50 elevações. A avaliação da atividade de AST relativamente ao ALT (Índice De Ritis; AST/ALT) constitui um indicador útil de lesões no fígado. Índices inferiores a 1,0 indicam lesão média do fígado e estão particularmente associados a doenças de natureza inflamatória. Índices superiores a 1,0 indicam doença grave do fígado, envolvendo habitualmente necrose. Podem ser detectados níveis aumentados de AST em situações de cirrose, colestase extra-hepática, distrofia muscular progressiva, dermatomiosite, pancreatite aguda, doença hemolítica, gangrena, lesões por esmagamento muscular e embolia pulmonar. Podem ser também observados aumentos moderados dos níveis de AST após a ingestão de álcool ou da administração de drogas, entre as quais se inclui a penicilina, salicilatos ou opiáceos.


ÁCIDO ÚRICO


O ácido úrico é o principal produto do catabolismo de purina no ser humano. A maior parte da formação do ácido úrico ocorre no fígado e é eliminado através dos rins, a quantidae de ácido úrico do organismo é determinada pelo equilíbrio entre a síntese e a eliminação. A hiperuricemia poder ser classificada em primária (eliminação reduzida) e secundária (excesso de produção). Sua forma primária está relacionada diretamente à Gota, Síndrome de Lesch- Nyhan e a maior atividade da síntese de fosforibosil-pirofosfato. A forma secundária está associada a diversas condições patológicas como insuficiência renal, doenças mieloproliferativas, doenças hemolíticas, consumo excessivo de álcool, etc. A hipouricemia pode ser causada pelo aumento da excreção de ácido úrico renal originadas por doenças como a Síndrome de Fanconi e Diabetes Mellitus, ou pela diminuição da produção causada pela xantinúria hereditária, terapia medicamentosa com alopurinol e síndrome hipereosinofílica.


Preparo: Jejum mínimo de 4 horas


ÁCIDO FÓLICO


O folato é uma vitamina essencial, vital para o crescimento normal das células e a síntese do ADN. Ele está presente em uma grande variedade de alimentos, tais como hortaliças de folhas escuras, frutas cítricas, levedura, feijão, ovos e leite e é absorvido pelo intestino delgado e armazenado no fígado. A deficiência de folato pode ser causada por um consumo alimentar insuficiente, má absorção ou uma utilização excessiva de folato, que ocorre com muita frequência durante a gravidez, podendo ocasionar anemia megaloblástica e até mesmo graves problemas neurológicos. O alcoolismo, a hepatite e outras doenças hepáticas também podem causar um consumo excessivo de folato. Para avaliar o estado do folato, utilizam-se os níveis de folato no soro e nos glóbulos vermelhos. Os níveis de folato no soro indicam a ingestão recente de ácido fólico.


Preparo: Jejum aconselhável de 4 horas.